Em pesquisa da AVON/IPSOS, 59%
dos entrevistados declararam conhecer alguma mulher que já sofreu agressão (65%
das mulheres e 53% dos homens). Desses 59%, 63% fizeram algo para ajudar, sendo
que as mulheres entrevistadas foram mais proativas com as vítimas. 44%
conversaram com elas, 28% orientaram a buscar ajuda jurídica ou
policial/serviço de ajuda especializado. Seis em cada dez entrevistados
conhecem alguma mulher que sofreu violência doméstica.
A violência contra a mulher é uma
questão que perpassa por tantos vieses que nos é impossível determinar apenas
uma origem. Começa, talvez, na infância com o estereótipo de mulher que a
sociedade deseja e em cujos padrões é educada. Padrões esses que a preparam para
o casamento, a maternidade e a administração do lar.
Continua ao longo da vida com a
construção do papel social da mulher, e do homem, em que ele provê o sustento
da família e ela administra o lar. Assim é histórica a quantidade de relatos de
mulheres que se submetem a serem espancadas por seus maridos, companheiros em nome da manutenção
da família e da dependência econômica, ou seja, de outra forma, não têm como
alimentar seus filhos.
Hoje, apesar de receber a mesma educação que suas avós, há uma nova mulher em construção, que percebe que não precisa ter como verdades absolutas os padrões de
comportamento repassados por sua sociedade; que existem outras culturas, umas mais,
outras menos evoluídas, que tratam a mulher de diferentes modos. Isto a permite
escolher que tipo de mulher deseja ser.
E a mulher que hoje desejamos ser
nem sempre satisfaz às expectativas dos homens que possuem vínculo familiar ou afetivo
conosco. Muitas vezes esses homens foram educados para nos verem como propriedade; assim, por acharem que devemos obedecer
cegamente às suas ordens e desejos, usam
do artifício da força bruta para submeter-nos.
HOJE, dia, em que o
combate à violência contra a mulher ganha maior visibilidade através da marca do Dia Internacional de Combate
à Violência contra as Mulheres, a AMPROSEG – Associação das Mulheres
Profissionais de Segurança Pública de Minas Gerais, por seu histórico de lutas em defesa dos
direitos e emancipação da mulher conclama todas as mulheres a se perguntarem, em que suas ações ou
omissões têm contribuído para proliferação dessa violência e de que forma poderão
contribuir para erradicá-la, quer seja na prevenção, através de uma melhor condução
da educação de seus filhos, quer seja no
combate efetivo à violência: arregaçando as mangas: denunciando-a e exigindo do
Estado políticas públicas e leis mais eficazes.