quarta-feira, março 07, 2012

Retrato de mulher triste

(Cecília Meireles)

Vestiu-se para um baile que não há.
Sentou-se com suas últimas jóias.
E olha para o lado, imóvel.

Está vendo os salões que se acabaram,
embala-se em valsas que não dançou,
levemente sorri para um homem.
O homem que não existiu.

Se alguém lhe disser que sonha,
levantará com desdém o arco das sobrancelhas,
Pois jamais se viveu com tanta plenitude.

Mas para falar de sua vida
tem de abaixar as quase infantis pestanas,
e esperar que se apaguem duas infinitas lágrimas.






Mulheres. Como somos.

 Minhas jovens “Como posso incentivá-las mais a empreenderem a tarefa de viver? Minhas jovens, diria eu, e tenham a bondade de prestar atenção, pois a peroração está começando, vocês são, a meu ver, vergonhosamente ignorantes. Nunca fizeram uma descoberta de qualquer importância. Nunca sacudiram um império ou levaram um exército à batalha. As peças de Shakespeare não são de sua autoria, e vocês nunca apresentaram uma raça de bárbaros às bençãos da civilização. Qual é sua desculpa? É muito fácil vocês dizerem, apontando para as ruas e praças e florestas do globo fervilhando de habitantes negros e brancos e cor de café, todos extremamente ocupados com o tráfego e as empresas e o fazer amor, que estivemos ocupadas com outro trabalho. Sem nosso trabalho, esses mares não seriam navegados e aquelas terras férteis seriam um deserto. Geramos e alimentamos e lavamos e instruímos, talvez até os seis ou sete anos de idade, o bilhão seiscentos e vinte e três milhões de seres humanos que, segundo as estatísticas, existem atualmente, e isso, mesmo admitindo que algumas de nós tenhamos tido ajuda, leva tempo.”

Virginia Woolf ( 1915-1941)– Um Teto Todo Seu, 2ª.ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2004: 122)



“A mulher é tudo hoje em dia: esposa, mãe, amiga, companheira, estamos aí cada vez mais conquistando o nosso espaço. As mulheres estão se superando muito. A classe feminina se unindo, vai conquistando seu lugar no campo profissional, em todas as áreas, esportiva, científica, artística. A gente tem que pensar na gente mesmo, porque já pensa no marido, nos filhos, pensa em tudo e em todos. Mas e em nós mesmas, quem pensa na gente? Todas as mulheres devem pensar mais nelas mesmas. Se pensarmos mais em nós, o mundo vai acabar concordando e dar mais valor. Olhando só pra frente, as coisas melhoram e as portas vão se abrindo”.

Maria Zeferina Baldaia, vencedora da São Silvestre de 2001

“Ainda temos muito que caminhar, mas globalmente poderíamos dizer que a mulher já trilhou mais da metade do caminho de lutas nessa estrada rumo à libertação. O que eu vejo hoje, de qualquer forma, é um quadro muito positivo. A mulher é dona do mundo, ela é parabólica. Aliás, mesmo quando o mundo não vivia uma era parabólica, ela já era assim. Ao mesmo tempo que está ligada na camisa do marido, está vendo o bife para o filho, ligada em administrar o dinheiro, a casa. Ela pode estar dirigindo e pensando em fazer a unha, no que vai dizer na reunião de trabalho daqui a duas horas e falando no celular para o colégio do filho e, no fim, já trabalhou e fez mais de 100 coisas. Pensou mil coisas que os homens sempre esquecem, porque pensam com uma cabeça menos afinada para esses detalhes, que fazem a vida! E essa postura de cuidar da vida faz com que as mulheres envelheçam mais erguidas, porque a tarefa delas é a vida, elas são incumbidas do mundo. E só páram de cuidar do mundo quando morrem. Tanto que as mulheres que ficam viúvas, conseguem reconstruir a vida mais rápido, com exceções, claro, mas no geral é assim, os homens, não, quando viúvos, morrem logo depois e se são desquitados, ficam sem mães. Por isso que, a meu ver, a valorização da mulher no mundo é um merecimento, uma noção de direito. Ela é em si, por direito, a rainha da vida”

Elisa Lucinda, poeta e atriz

MULHER VIDA E SONHO

Homenagem ao Dia Internacional da Mulher

                                                                                            Cláudio Cassimiro Dias
                   
 Mulher vida, mulher sonho

Mulher motivo de toda existência

Mulher muito mais que mulher

Mulher, sempre uma palavra a mais.


Mulher independente de profissão

Mulher Civil ou Militar

Mulher mãe, mulher filha

Mulher, muito mais que um sonho de amor.

* CLAUDIO CASSIMIRO DIAS, Cabo, Poeta e escritor, Especialista (Latu Sensu) em Criminologia, Bacharel em Direito, Bacharel em Historia, Acadêmico Efetivo Curricular da Academia de Letras João Guimarães Rosa da Policia Militar de Minas Gerais, Cadeira 28, Pesquisador da Historia Militar e palestrante.