sexta-feira, março 12, 2010

BALANÇO

Escrava do lar

Hoje, Dia da Mulher, o Ipea divulga estudo mostrando que quase nada mudou no espaço doméstico. Mesmo quando estudam, têm profissão e ganham dinheiro, as mulheres são responsáveis quase exclusivas pela casa e pelos filhos. No máximo, se afortunadas, delegam o serviço pesado para outras mulheres - as empregadas domésticas.
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Desequilíbrio

O Ipea captou no Brasil uma realidade mundial. Pesquisa da OIT em vários países, divulgada sexta-feira, revelou que as mulheres trabalham 57,1 horas semanais e os homens, 52,3 horas. Detalhe: 37% da jornada feminina se refere ao trabalho doméstico. Já os homens dedicam à casa apenas 18% do tempo. Ou seja, a mulher se divide entre profissão e família, enquanto o homem permanece mais focado na carreira.
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Mercado reflete

O desequilíbrio de atribuições no lar explica as desigualdades de gênero no mercado de trabalho. Escrava do lar, a mulher ganha menos e tem mais dificuldades de ascensão. Já o homem, senhor que se serve da estrutura doméstica mantida pela mulher, fica com os melhores cargos e salários. Está havendo mudanças, mas elas são lentas.
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Novo homem
Lais Abramo, da OIT, diz que a entrada da mulher no mercado de trabalho não foi seguida por uma reorganização das funções domésticas. Ou seja, a mulher foi assumindo atividades "masculinas", mas o homem ainda resiste ao serviço "feminino". A definição tradicional de papéis domésticos é a última fronteira na igualdade entre os sexos: a bastilha cultural que ainda não caiu. E ela terá que cair, cedo ou tarde, pois, cada vez mais, mulheres reclamam um "novo homem". E parecem dispostas a viver sozinhas, se ele não quiser evoluir. Como diz Giorgio Armani, elas querem mesmo o poder.

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